9 de jun. de 2018

O fim das motos custom no Brasil?

Fala povo que anda DiMotoca!!

Essa semana recebemos uma notícia um tanto quanto chata para os participantes do universo de motos custom no brasil. A Polaris retira a marca Indian do Brasil. Mais uma legião de órfãos que não terão muito o que fazer com suas motos e verão o valor do seu bem virar pó.
Mas o que está por trás da saída da Indian do Brasil? Muito se especula sobre o desinteresse do mercado e até a "maldade do empresário que só quer lucro" e... bom, isso não se discute. Ninguém vai abrir e manter uma empresa por outro motivo que não seja dar lucro. Isso é natural.

O fato é que a saída da Indian do país representa mais um passo rumo à escassez de motos custom no mercado, o que já assusta um pouco o universo dos entusiastas do estilo e também tende a afetar futuramente o mercado de Kustom Kulture no país e é aqui que a porca torce o rabo.

A Indian chegou no Brasil em 2015, estreando no salão duas rodas desse ano. Trouxe motocicletas consideradas de luxo, com preços variando de 49 mil a mais de 100 mil reais. Muito desse custo se deve aos impostos escorchantes, que em motos acima de 250cc estão entre 64% e 65%. Isso equivale mais ou menos a você comprar uma moto para você e dar outra para o estado, mas a sua vem sem acessórios e a do estado absolutamente completa, com IPVA pago e tanque cheio ou, em outras palavras, sem imposto, você poderia comprar sua Scout zero por 17500 reais. Mais ou menos o preço hoje de uma Shadow 750 usada.

A triste verdade, que não podemos esconder, é que somos um país pobre, de gente pobre. O público que compra uma Indian não é o cara que anda todos os dias de moto, não é o cara (salvo raras exceções), que frequenta o rolê do motoclube, não é o cara que vive o motociclismo como um modo de vida mais simples, mais leve e fundamentalmente mais barato. Ou seja, é a minoria de um público que já é restrito. A Indian acabou vindo mais como um item de status, do que como uma moto que reúne força e resistência, que é o que motoqueiro mesmo gosta.

Mas falando de escassez de motos custom no mercado brasileiro, você sabe porque as custom médias estão saindo do mercado também? Já se foram as Boulevard, as Shadow, as Vulcan, as Drag Star e as Midnight Star. Todas essas motos continuam sendo vendidas lá fora. O governo brasileiro, na sua sanha controladora, decidiu, sob aplausos da imprensa e de muitos motociclistas, proibir totalmente a produção e importação de motos sem ABS a partir de 2019. O que pensaram os apoiadores dessa lei? "- OBA!! A partir de 2019 vou comprar minha Vulcan/Boulevard/Midnight com ABS!". Mas o que aconteceu de verdade? É muito caro alterar um projeto mundial de motocicleta para se adaptar à legislação de um país, ainda mais um país onde mercado já é restrito e pouco lucrativo. Então, tira-se a moto do mercado e babau... fica sem!

Diante desse cenário artificialmente horroroso, nossas esperanças ficam nas pequenas fábricas locais e customizadoras. Infelizmente, também nesse cenário, a coisa não é menos horrorosa. A burocracia imposta pelo governo para regularizar esses veículos, associados ao custo (incluindo propinas que são praticamente imprescindíveis), é gigantesco, tornando qualquer tentativa de negócio lucrativo um grande furo n'água.


Será o fim das motos custom no Brasil? Ficaremos restritos às HDs, caras e grandes? Teremos que ficar com as big trails e esportivas e ficar nas mãos dos bandidos que roubam preferencialmente esses modelos?

Qual sua opinião? Fale aí! Conta pra gente!


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