15 de jun. de 2014

Reflexões de um Motociclista

Reflexões


Bom pessoal, hoje o texto não tem necessariamente a moto como ponto principal. Ou talvez tenha. Hoje, sai pra ir ao supermercado, uma coisa comum, banal e isso me fez pensar: “O quão comum, banal é a nossa vida?”.


O modelo da sociedade em que vivemos nos diz: “Estude, forme-se, arrume um bom emprego, compre um carro, conheça uma boa moça, case-se, compre um apartamento, tenha filhos, envelheça, aposente-se, vá pescar e morra.” Então fiquei com isso na cabeça, e então percebi que em algum ponto desse caminho eu meio que saí dessa trajetória, e acredito que a Motocicleta é uma das razões.


Geralmente a pessoa que opta pela motocicleta tem um tipo diferente de personalidade, sem o medo de correr riscos em troca das sensações que essa te proporciona, e isso implica em dizer que essa pessoa pode também estar disposta à correr esses riscos em outras áreas da sua vida, saindo desse ciclo descrito acima. Conheço vários motociclistas, e todos eles, saem desse perfil “modelo padrão” em pelo menos um dos quesitos. Alguns não se formaram, outros decidiram-se por não se casar, outros por não terem filhos, outros por empregos não convencionais e por aí vai.



Não estou dizendo que motociclistas sejam melhores ou piores que ninguém, mas é uma constatação de que são sim um tipo diferente de pessoa. E justamente por não se encaixarem nesse modelo, um motociclista ao ser apresentado num grupo de Iguais, dificilmente vai ser introduzido como “Engenheiro, advogado, engenheiro...” e sim “_Esse é fulano, ele é o cara da moto tal..”



Nesse sentido, a moto pode também ser uma quebradora de barreiras, pois você tem no mesmo ambiente o empresário e o entregador, e pouco importa a profissão ou conta bancária de cada um, pois o assunto é moto. Não importa se a moto foi comprada à vista, ou financiada à perder de vista, e sim os gostos e preferencias em comum de cada um. Não tentando ser “filosófico demais” mas não seria essa uma forma de se comunicar eliminando barreiras sociais? De encontrar a pessoa por quem ela é?



Lógico que mesmo no meio motociclistico existem aqueles que se sentem melhor quando acham que são “exclusivos”, e assim surgem as panelinhas daqueles que possuem determinado tipo de moto, ou determinada marca. Mas essas são exceções, e não a maioria. E por isso sou contra o estereótipo “motoqueiro x motociclistas”, mas isso é assunto pra outro post.

E o que dizer das pessoas que fazem do motociclismo sua principal atividade? Pessoas que dedicam suas vidas ao comercio de motocicletas, ou que tem bares onde motociclistas contam suas histórias, seriam essas pessoas que estão fora do modelo padrão menos felizes? Fracassados? Perdedores? Ou ainda os viajantes, que tem a obrigação de devorar quilômetros e mais quilômetros de histórias como objetivo? E o nosso objetivo, qual é? Pra que estamos vivendo? Pra casar, ter filhos, etc?




Eu não sei vocês, que acessam esse nosso blog, mas o meu objetivo nessa vida é simplesmente ser feliz, e pra isso a motocicleta é realmente uma grande ferramenta, e isso me basta.


Vamos que vamos, tentando ser feliz, "Di Motoca" Sempre.

Claudião"Coscobeu"

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