1-
Muita gente acha que Motoclubes são um monte de gente em roupa
de couro andando junto e tomando cerveja. Fernando, explica pra gente que está
de fora: O que é um Motoclube?
Moto Clube são grupos de pessoas
constituídos e regidos por um estatuto, onde há regras que determinam as
posições hierárquicas dos membros, a cobrança de mensalidade para manutenção e
demais necessidades, o respeito, o direito e a relação de camaradagem com os
componentes, assim como a socialização com as demais irmandades e etc. Um Moto
Clube é composto por amigos que se tornam uma família. No Brasil, Moto Clube
existe desde o final dos anos 1920. Porem da década de 1990 pra cá, é que se
tornou mais comum esta expressão, onde com advento da fácil aquisição de motos “nasceram”
muitos MCs, cada um com a sua história. Na verdade alguns usam vestimentas em
couro, acompanhado de um colete que para muitos de nós assim como eu, chama-o
de segunda pele. Após a sua admissão ao clube/grupo, passará por um período de
adaptação e aprendizagem para só então, se aceito, se tornar um full patch, ou
seja, colete fechado. É uma conquista, onde terá o direito de ostentar com
respeito, as cores, e o brasão do seu MC.
2-
Fora as atividades de passeio e lazer, o que mais faz um MC? Há atividades
beneficentes?
Alguns MCs se reúnem semanalmente, outros
uma vez por mês para se confraternizar na própria sede do clube ou um local
pré-definido tanto comercial quanto em uma residência de um componente. Um moto
Clube não se restringe a somente passeios de moto. Não obstante, a filantropia
é comum em muitos, pois promovem arrecadação de donativos, como alimentos e
agasalhos, Papai Noel motociclista, organizam eventos onde destinam uma quantia
da arrecadação a uma entidade assistencial, dentre tantas outras atividades.
3-
Como é normalmente o processo de aceitação de um novo membro num
MC? Como foi que você foi Coletado?
Ai você tocou num ponto forte, pois hoje em
dia a entrada de novas pessoas num MC depende muito de qual será o Moto Clube.
Há aqueles que são convidados e os se convidam para fazer parte. Entretanto, o
que se tem que atentar é quem está interessado, se já tem uma história no
motociclismo, já rodou um dia sendo coletado, se é a primeira vez numa moto e
se realmente quer ser e nunca ter, se é que me entende. O que não se pode
aceitar é deixar o moto clubismo virar desordem, banalizar, onde qualquer um,
sem o devido preparo, da noite para o dia se intitula motociclista. Existe Moto
Clube só para homens, porem no mundo globalizado e com a mulher em busca da
liberdade sobre duas rodas, muitas delas deixaram de serem garupas e passaram a
criar seu próprio MC e, em alguns casos só mulher participa. Inclusive aqui em
SC existe anualmente um moto passeio exclusivo para elas, onde homem não entra.
Eu tive o meu colete fechado, após passar por um bom período de
adaptação, conheci bem os integrantes do MC, participei de muitos eventos, das
reuniões semanais do grupo e o mais importante; aceitei e fui aceito pelos
diretores e pelo presidente fundador, o qual é o meu padrinho de MC.
4-
Há necessidade de ter um tipo de moto específica pra fazer parte
de um MC?
Não se tem como via de regra isso, mas
alguns adotam a partir de certa cilindrada pra quem quer fazer parte do MC.
Pode-se rodar com uma moto de baixa cilindrada pelo mundo todo. O problema é quando
se participa de um grupo de motociclistas onde a maioria delas é de média e/ou
grande cilindrada, aí fica difícil acompanhar, tornando o comboio mais lento.
Tudo é uma questão de prazer, hoje a facilidade para se adquirir uma moto de maior
porte e potencia esta a disposição daqueles que sonham em ser como muitos de
nós, motociclistas. Toda via o mais importante é sem dúvidas, ter o espírito
motociclístico.
5-
Você pode contar pra gente algum caso curioso ou engraçado que
tenha à ver com um Motoclube?
Um caso atípico e engraçado ocorreu em 2009 quando fomos viajar,
e numa das paradas em um posto de combustível, abastecemos as motos, tomamos um
café, alguns foram para o banheiro e na hora de sair, todos novamente se
equiparam, pegamos as motos e saímos. Rodamos uns 3 quilômetros quando um
colega notou a ausência da “garupapatroa” de um de nós, ele buzinou, paramos no
acostamento. Resumo, a esposa tinha ficado no posto, estava no WC quando saímos
e nem ele nem nós notamos que ela não estava presente. Imagina o soco no rim
que ele levou depois quando saímos novamente....rsrs.
Obrigado Aranha! E nos vemos por aí "Di Motoca!"
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